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Posts Tagged ‘memorias de uma gueixa’

(eu li exatamente essa edição, não é a capa mais linda que você já viu?! Para mim, é!)

Quero começar esse post que escreverei sobre o “Memórias de uma Gueixa” (o livro :D, né? afinal sou uma bookaholic), comentando justamente sobre o filme:

  •  Sinto dizer que sinto uma leve decepção, não que o filme seja ruim, pelo contrário, está mais do que recomendado por mim, e pelo Oscar que o filme ganhou, porém ao ler o livro você percebe a sutileza da narrativa e o quanto ficou de fora, claro, não estou querendo milagre, que todo o livro seja completamente transcrito para as telonas, mas… Bem, nada melhor do que o livro.
  •  Vendo o filme eu senti um pouquinho de raiva da personagem Abóbora, mas lendo o livro…Bem, a atitude dela é óbvio que não foi correta, mas senti que essa personagem no filme não ganhou tantas cores quantas as belas estampadas nos quimonos da Sayuri. Abóbora teve uma vida, aos meus olhos, ainda pior do que a Chiyo (Sayuri antes de ser gueixa tinha este nome), desde a infância até se tornar mulher, de Chiyo até Sayuri, ela teve sempre ajuda, de uma maneira ou de outra, seja por causa de sua espantosa beleza ou por quaisquer outros motivos, já Abóbora sempre viveu sozinha.
  •  Hatsumomo, bem, que ela é malvada tanto no filme quanto no livro, ninguém duvida, mas sua crueldade parece ser ainda maior no livro e seu fim ainda mais drástico do que no filme, uma personagem que acho que também deveria receber um pouco mais de atenção, tirar um pouco do holofote da Sayuri.

Bem, eu sou um pouco suspeita para falar isso, ok, muitíssimo suspeita para falar, mas o livro é muito bom, omg! Traz detalhes da vida da gueixa Sayuri muito melhores do que os que se nota no filme. Nele nota-se também as mudanças ocorridas no Japão após a 2ª Guerra Mundial, o terror que ela trouxe, não só para os distrito de Gion, onde Sayuri foi morar, mas toda Kioto e Japão.

Destaco no livro além da excelente maneira como foi narrado, os detalhes que foram ditos, pequenas sutilezas no livro levam a entender grandes partes da história como um todo, é essa a melhor característica dos livros para mim, coisa que nenhum filme, mesmo os que ganham o Oscar, conseguem fazer. Mas, é claro o filme também está completamente indicado, é uma bela adaptação, porém, se quiser detalhes…Leia o livro!

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Dentro dessa casa  bêbada vivi uma espécie de vida entortada. Porque desde os meus primeiros anos fui muito parecida com minha mãe, e quase nada com meu pai ou com minha irmã mais velha. Minha mãe dizia que era porque éramos feitas do mesmo jeito, ela e eu – e na verdade tínhamos os mesmos olhos peculiares de um tipo que quase nunca se vê no Japão.  Em vez de serem castanho-escuros como os de todo mundo, os olhos de minha mãe eram de um cinza translúcido, e os meus são exatamente assim. Quando era muito pequena, eu disse à minha mãe que achava que alguém tinha feito um furo em seus olhos e a tinta escorrera, o que ela achou muito engraçado. As adivinhas diziam que seus olhos eram tão pálidos porque havia água demais em sua personalidade, tanta que os outros quatro elementos quase nem estavam presentes – e diziam que era por isso que seus traços combinavam tão mal. Muitas vezes os moradores da aldeia diziam que ela deveria ter saído extremamente atraente porque seus pais tinham sido. Bem, um pêssego tem um gosto delicioso e o cogumelo também, mas não se pode juntar os dois; era essa a terrível peça que a natureza lhe pregara. (…)

Minha mãe sempre dizia que se casara com meu pai porque havia água demais em sua própria personalidade e madeira demais na dele. Quem conhece meu pai entenderia o que ela estava dizendo. Água corre rapidamente de um lugar a outro e sempre encontram uma fenda onde se derramar. Madeira, por outro lado, prende-se rapidamente à terra.

Memórias de uma Gueixa – Arthur Golden

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